Em mundo tão caótico que exige de nós rapidez, agilidade e produtividade, que nos chama a todo momento a olhar para fora do nosso ser, preocupadas em cumprir exigências e requisitos sociais, sermos multitarefas e administrar várias responsabilidades ao mesmo tempo, vamos nos distanciando cada vez mais de nós mesmas. Nessa dinâmica frenética, aos poucos, vamos nos perdendo de nós, esquecendo quem somos, o que queremos, o que gostamos, o que buscamos de fato para nossa vida. Nossa essência e feminilidade se esvaem sem, se quer, nos darmos conta desse movimento. E, de repente, aquele sentimento familiar de estar em casa e segura, dá lugar a um vazio, eu me sinto perdida, como se eu não me reconhece-se mais ou soubesse para onde estou indo ou qual é o meu lugar nesse mundo.
Infelizmente essa é a realidade de muitas mulheres que sofrem por terem se desconectado de si mesmas e se perderam pelo caminho. É aí que a arte e a expressão artística se tornam um caminho de resgate
e reconexão com a nossa essência, o nosso EU perdido. Arte é uma expressão criativa e intencional que traduz ideias, emoções, experiências ou perspectivas humanas de maneira simbólica, sensorial ou estética.
Ela pode assumir diversas formas, como pintura, música, literatura, dança, cinema ou teatro, e não se limita a uma definição única. Também pode ser vista como um meio pelo qual o ser humano busca compreender e dar ao mundo, expressar sua essência e conectar-se a algo maior, seja a natureza, a sociedade ou a própria espiritualidade. Ela transcende palavras e pode tocar aspectos profundos de nossa humanidade.
Através da arte muitas mulheres conseguiram expressar angústias profundas do seu ser, elaborar e compreender suas crises existenciais e conflitos internos, encontrando respostas e caminhos possíveis.
Você já deve ter ouvido falar da história da artista e pintora Frida Kahlo. Seu trabalho nos mostra como o sofrimento pode ser sublimado em obras.
Frida enfrentou desafios enormes em sua vida, incluindo uma saúde frágil devido à poliomielite e um
grave acidente que deixou com dores crônicas. Essas experiências a levaram a explorar sua dor emocional e
física em suas pinturas, como em A Coluna Partida.
Além de Frida, outras mulheres também utilizaram a arte como caminho de auxílio, cura e reconexão. Virginia Woolf lutou contra crises de saúde mental durante toda a vida e a escrita a ajudou a encontrar um significado.
A arte e a expressão artística são caminhos possíveis para te auxiliar na expressão de seus sentimentos e pensamentos, mas, também, como via de resgate e reconexão consigo mesma. Uma maneira de te ajudar a “voltar para casa” e lembrar daquele sentimento familiar de saber que esta conectada consigo e que habita a própria pele. Que está congruente e condizente com quem é e consegue se reconhecer novamente no espelho. Faz as pazes com sua feminilidade e gosta de ser assim novamente, uma mulher feminina, leve, sem pressa, com estado de presença e sabendo para onde está indo. Se você quer viver isso novamente, eu te convido a encontrar um meio de expressão, seja em uma aula de dança ou de canto, seja escrevendo um livro, explorando suas habilidades de fotografia ou pintando um quadro de tinta a óleo, seja na cerâmica, artesanato ou arte moderna.
Existem várias possibilidades, cabe a você se permitir sentir aquilo que faz teu coração vibrar. Na arte, encontramos não apenas respostas, mas novas perguntas que nos levam mais perto do nosso lugar no mundo!
Priscila Vogt é psicóloga clínica especialista em Logoterapia. Natural de Curitiba/PR, atualmente reside em Florianópolis, é amante de praia, sol e natureza. Se apaixonou por ajudar mulheres a encontrarem seu lugar no mundo e resgatarem sua autoconfiança. Hoje atua no On Line, mas também tem consultório na Ilha da Magia. @psipriscillavogt