Vivemos emumaera em quea independência é exaltada, mas será que fomos feitas para caminhar sozinhas? Fomosensinadas a acreditar que precisamos dar conta de tudo sozinhase não depender deninguém. Construímos carreiras, formamos famílias, nos reinventamos, mas, quando a noite cai, o silêncio pode revelar uma solidão que não sabemos como preencher. Em meio à correria do dia a dia e às expectativas que recaem sobre nós, muitas mulheres sentem um vazio profundo, umasensação de desencontro consigo mesmas.
Sabemos que desde os primórdios da humanidade, o pertencimento foi essencial para a sobrevivência. Nossos ancestrais dependiam do grupo para proteção, alimentação e continuidade da espécie. Essa necessidade evolutiva se transformou ao longo do tempo, mas sua essência permaneceu: precisamos nos sentir parte de algo maior para nos sentirmos seguras e valorizadas.
Até mesmo a neurociência comprova essa necessidade. Nosso cérebro é programado para buscar conexões e a ausência de pertencimento pode ativar as mesmas áreas associadas à dor física. Isso explica por que o isolamento e a rejeição podem ser tão dolorosos emocionalmente.
O pertencimento não é apenas um desejo, mas uma necessidade humana. Saber que fazemos parte de algo maior nos dá segurança, confiança e um senso de propósito. Quando nos sentimos pertencentes, reconhecemos nossa própria importância e passamos a enxergar nosso valor de maneira mais clara. O pertencimento nos nutre emocionalmente e nos fortalece para enfrentar desafios. Além disso, está diretamente ligado à identidade. Fazer parte de um grupo nos ajuda a compreender quem somos, quais são nossos valores e como podemos contribuir para o mundo. Saber que temos um lugar onde somos aceitas e valorizadas fortalece nossa autoestima e nos dá coragem para sermos autênticas.
Quando nos cercamos de pessoas que compartilham valores e desafios semelhantes, criamos um ambiente fértil para o autoconhecimento. Na troca genuína, ouvimos histórias que ressoam com a nossa, enxergamos nossas próprias dores sob outra perspectiva e descobrimos novas possibilidades. A comunidade nos lembra que não estamos sozinhas e que nossa trajetória tem valor.
Se você sente falta de uma rede de apoio, aqui estão algumas formas de começar:
Sentir-se parte de algo maior é um dos caminhos mais poderosos para encontrar sentido na vida. O pertencimento nos lembra de que não estamos sozinhas e nos dá a base para crescer e evoluir. A jornada pode ser individual, mas o suporte da comunidade torna o percurso mais leve e significativo.
Priscila Vogt é psicóloga clínica especialista em Logoterapia. Natural de Curitiba/PR, atualmente reside em Florianópolis, é amante de praia, sol e natureza. Se apaixonou por ajudar mulheres a encontrarem seu lugar no mundo e resgatarem sua autoconfiança. Hoje atua no On Line, mas também tem consultório na Ilha da Magia. @psipriscillavogt